A adequação à LGPD e ao GDPR não consiste somente na criação de políticas e implementação de controles técnicos, ela exige uma gestão contínua de riscos, tendo em vista que não é possível certificar 100% de conformidade, pois trata-se de um processo constante e mutável de acordo com o fluxo de dados, novas regulamentações da ANPD, mudanças de processos e tecnológicos dentro da organização e outros fatores. Por isso, o controle de riscos deve ser feito de forma clara, transparente e baseado em métricas confiáveis.

Nesse cenário, a presença de uma matriz de riscos integrada ao software de gestão de projetos torna-se essencial. Quando apresentada de forma visual e interativa, ela oferece ao consultor de proteção de dados e às equipes de compliance uma visão panorâmica e detalhada ao mesmo tempo, permitindo decisões rápidas e embasadas.
O que é a Matriz de Riscos
A matriz de riscos de proteção de dados pessoais é uma ferramenta visual e estratégica para identificar, classificar e priorizar riscos relacionados às atividades de tratamento, incidentes, denúncias de irregularidades e outros.
Essas métricas apresentadas visualmente em cores, gráficos e mapa de calor (heatmaps), destacam de forma instantânea os pontos mais críticos, bem como os mais contidos, daquele tópico da adequação que está em análise, podendo ser dividida em 5 principais passos:
1. Mapeamento dos riscos
A matriz mapeia todos os riscos associados às atividades de tratamento de dados, possíveis incidentes de segurança, denúncias de titulares ou indícios de não conformidade, e gera resultados com base na análise de impacto e probabilidade.
2. Avaliação de Impacto
O impacto mede a gravidade das consequências caso o risco se materialize, podendo ter como critério a descrição de danos à privacidade, impactos financeiros, reputacionais ou operacionais e repercussões legais, como multas.
Um incidente de segurança envolvendo diversos dados sensíveis terá um impacto muito maior se comparado a outro envolvendo somente dados públicos, por exemplo, e será indicado no gráfico da matriz por cores mais quentes, como o vermelho.
3. Avaliação de Probabilidade
A probabilidade mensura a chance de o risco ocorrer. Uma atividade que envolve tratamento massivo de dados pessoais por diversos sistemas sem controles técnicos robustos tem probabilidade mais alta de incidentes.
4. Construção da Matriz (Impacto x Probabilidade)
Os riscos são posicionados em uma matriz, que cruza impacto e probabilidade, permitindo classificá-los em níveis insignificante, baixo, médio ou alto, como é possível visualizar na matriz de riscos de atividades de tratamento gerada pela Ecomply abaixo:

- Alto impacto + Alta probabilidade = risco crítico → exige ação imediata.
- Baixo impacto + Baixa probabilidade = risco aceitável → apenas monitoramento.
5. Tomada de decisão e plano de ação
A matriz orienta gestores e DPOs a priorizar esforços, aplicando medidas técnicas, administrativas e jurídicas mais rigorosas nos riscos mais significativos. Permite também justificar decisões de aceitação ou mitigação de riscos perante auditorias e autoridades regulatórias.
Como a matriz de riscos Ecomply contribui para a gestão de projetos de adequação
Considerando que um projeto de adequação à LGPD ou ao GDPR tem como uma de suas premissas reduzir riscos e vulnerabilidades, relacionadas aos dados pessoais tratados por uma organização, a partir da identificação e mitigação destes, foi que a Ecomply desenvolveu uma matriz de riscos robusta em seus sistemas.
Além da matriz individual de cada atividade de tratamento, agora é possível visualizar a disposição de todas elas a partir do resumo que pondera probabilidade e impacto geral. No contexto das atividades de tratamento, a matriz ajuda a identificar tratamento em larga escala ou de dados sensíveis, exigindo controles mais rígidos, bem como ajuda a priorizar quais processos precisam do Relatório de Impacto de Riscos (RIPD/DPIA).
A matriz ainda analisa os registros de incidentes, que são aqueles ligados a falhas de segurança, acessos indevidos, perda de dados, ataques cibernéticos ou erros humanos. Neste caso, a matriz é relevante ao mensurar a probabilidade do risco descrito e os impactos que o incidente gerou ou pode gerar, caso medidas rápidas não sejam adotadas.
A matriz auxilia a perceber o incidente por ordem de mais grave ao mais contido, reduzindo tempo de resposta e custos, trazendo maior resiliência a organização ao lidar com situações adversas.

Por fim, a matriz de denúncia reporta registros de irregularidades e reclamações internas ou externas, ajudando a medir a eficiência do atendimento ao denunciante e contribuindo para o princípio do accountability (responsabilização – art. 6°, X, LGPD) ao evidenciar que a empresa recebeu, respondeu e corrigiu falhas.

Principais vantagens de uma matriz de riscos
1. Clareza e objetividade na priorização
A matriz visual organiza riscos em níveis, permitindo identificar rapidamente quais atividades de tratamento, incidentes ou denúncias exigem ação imediata. Ao invés de percorrer relatórios extensos, o consultor consegue em segundos direcionar esforços para aquilo que é mais latente ao analisar a matriz e a partir dela desenvolver medidas para mitigar os riscos demonstrados.
2. Dinamismo na atualização
A matriz de riscos é dinâmica e atualiza automaticamente os indicadores sempre que novos incidentes são reportados, denúncias são realizadas ou atividades de tratamento são cadastradas, reduzindo o tempo de análise manual. Assim, a matriz não é um documento estático, mas um painel vivo de riscos, que reflete a realidade da organização em tempo real.
3. Apoio à tomada de decisão estratégica
Ao visualizar os riscos em formato gráfico, gestores e DPOs conseguem:
- Comparar áreas e processos: identificar setores mais vulneráveis dentro da organização;
- Definir prioridades de investimento: saber onde aplicar primeiro recursos de segurança da informação ou treinamentos;
- Planejar ações de mitigação: organizar planos de ação conforme o grau de risco mapeado, reduzir a chance de ocorrência de incidentes graves e preparar a organização para responder a denúncias de forma estruturada.
- Prevenção de sanções: ajuda a identificar falhas antes que se tornem violações graves.
4. Engajamento das equipes
A visualização simplificada facilita a comunicação com áreas não técnicas. Em vez de explicar relatórios complexos, o consultor pode apresentar a matriz em reuniões de forma estratégica, tornando os riscos tangíveis e compreensíveis para diretores, gestores e colaboradores, aumentando o engajamento e o senso de responsabilidade coletiva e facilitando os relatórios para auditorias.

5. Evolução contínua
A matriz serve também como um histórico para avaliar se as medidas implementadas estão reduzindo riscos ao longo do tempo. Se em um mês constava que a probabilidade e o impacto de 10 atividades de tratamento eram extremamente altos e no mês seguinte apenas 2 registros aparecem nesse quadrante, por exemplo, significa que as medidas adotadas surtiram efeito.
Foque no que importa para proteger dados
A matriz de riscos visual e dinâmica dentro da Ecomply promete ser um norteador estratégico, sendo um recurso de apoio que se tornará indispensável em sua organização logo no primeiro contato. Ela torna o processo de adequação mais ágil, claro e eficiente, garantindo um monitoramento contínuo e consequentemente maior segurança e agilidade na contenção de danos.
A matriz de riscos é como uma bússola para a governança de dados, à medida em que direciona onde a organização deverá concentrar recursos e esforços com mais urgência e rigor, e onde pode apenas monitorar, mantendo o processo de adequação sustentável e equilibrado.
Além de fortalecer o projeto de adequação, a matriz aumenta a confiança de titulares e autoridades, e ajuda as empresas a manterem uma postura proativa diante dos desafios da privacidade e proteção de dados, ao visualizarem com clareza a situação global gerada por aquela determinada métrica.
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